O
CHAMADO PARA O MINISTÉRIO
Charles
Haddon Spurgeon
A
Palavra de Deus deve ser como fogo em nossos ossos, do contrário, se nos
aventurarmos no ministério, seremos infelizes nisso, seremos incapazes de
suportar as diversas formas de abnegação que lhe são próprias, e prestaremos pouco
serviço àqueles aos quais ministramos. Falo de formas de abnegação, e digo bem,
pois o trabalho do verdadeiro pastor está repleto delas, e, se não amar a sua vocação,
logo sucumbirá ou desistirá da luta, ou prosseguirá descontente, sob o peso de
uma monotonia tão fastidiosa como a de um cavalo cego girando um moinho.
Como
são enviados de Deus os que não trazem homens a Deus? Profetas cujas palavras
são vazias de poder, semeadores cujas sementes fenecem todas, pescadores que não
pegam peixes, soldados que não ferem — são homens de Deus, estes? Certamente
melhor seria trabalhar como lixeiro ou limpador de chaminé, do que ficar no
ministério como uma árvore completamente estéril. A ocupação mais simples
confere algum benefício à humanidade, mas o infeliz que ocupa um púlpito e
nunca
glorifica o seu Deus com conversões, é um vazio, uma nódoa, uma feiura, uma
injúria. Não vale o sal que come, muito menos o pão.

















